sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Peixes Ornamentais

Instituto Mamirauá descobre duas espécies de peixes não documentadas no Brasil.

                                           
           Apistogrammoides pucallpaensis                                                        Pyrrhulina zigzag

Buscando mapear a fauna em uma região ainda não estudada, pesquisadores do Instituto Mamirauá descobriram duas espécies de peixes nunca documentadas no Brasil. A Pyrrhulina zigzag e a Apistogrammoides pucallpaensis foram encontradas na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, município de Maraã, no limite entre essa unidade de conservação estadual e a Reserva Extrativista Auati-Paraná. Ambas são comuns no Rio Amazonas, porém na Amazônia peruana. As espécies são caracterizadas pela beleza ornamental e o porte pequeno. 
 
Os pesquisadores do Instituto Mamirauá coletaram amostras em quatro expedições de 2013 realizadas em fevereiro, maio, agosto e novembro. “Esta é uma área que estamos começando a estudar. Então, fizemos a coleta de peixes nos períodos de seca, enchente, cheia e vazante. As duas espécies foram encontradas em todas as expedições”, comentou o técnico de pesquisa em ecologia e biologia de peixes, Jonas Oliveira.
 
Os pesquisadores tiveram cinco pontos dentro desta área para coletar os dados. Neste período, oApistogrammoides pucallpaensis foi encontrado apenas no Lago da Onça.  Já a espécie Pyrrhulina zigzag foi encontrada em vários pontos ao longo do Rio Solimões, sempre na margem.  Oliveira acredita que a vinda destes animais para a Reserva Mamirauá se deve ao fato da área ser um habitat propício para as espécies, principalmente ao Apistogrammoides pucallpaensis. “Eles estão em uma área de várzea. O Apistogrammoides costuma ficar em área de lama que é a mesma que temos aqui”, explicou. 
 
As possibilidades para a mudança de ambiente desses peixes são inúmeras. Oliveira acredita que “no período de cheia os peixes saem da área de lama atrás das macrofitas, [plantas aquáticas comuns em brejos], os capins flutuantes. Na cheia, as macrófítas se soltam do solo e descem o rio. Pode ser que estes peixes tenham descido junto com estas macrófitas”, elucidou.
 
Agora, os pesquisadores do Instituto Mamirauá querem estudar a incidência destes animais e descobrir o motivo do encontro das espécies no Rio Auati-Paraná, que faz confluência com os Rios Japurá e Solimões. “Vamos fazer mais algumas pesquisas, pois encontramos muitos exemplares. Precisamos fazer outras coletas para saber se ela é residente dessa região, como foi que ela desceu, se ela reside também acima do primeiro ponto que coletamos. Recolhemos, ainda, o ph, temperatura, condutividade, oxigênio da água. Todos os parâmetros para conseguirmos fazer um comparativo eficiente”, argumentou a líder do Grupo de Pesquisa Ecologia e Biologia de Peixes do Instituto Mamirauá, Danielle Pedrociane.
 
Texto: Paulo Henrique Araujo 

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

VI SIMCOPE


Olha só colegas do curso de Engenharia de Pesca que trabalham ou que gostariam de trabalhar com a Tecnologia do Pescado, já foi lançada a nova edição do atualmente melhor evento da área de Tecnologia do Pescado.  

A PESCA E A COMERCIALIZAÇÃO DOS BAGRES NO MÉDIO RIO SOLIMÕES – TEFÉ (AM)




Este trabalho aborda as práticas de pesca, a territorialidade dos camponeses-ribeirinhos

pescadores de bagres das comunidades do Santo Isidoro e Porto Praia, no município de Tefé
(AM) e a monopolização do território pelo capital desempenhado pelos comerciantes de
pescado no bairro do Abial, e em seu entorno na cidade de Tefé (AM). O estudo ressaltou a
importância da pesca dos bagres para a geração de renda no interior da unidade familiar
camponesa no contexto Amazônico. Para compreender os camponeses-ribeirinhos da área
pesquisada, parte-se do pressuposto de que é necessário observá-los no interior do
desenvolvimento capitalista no meio rural da Amazônia, onde o capital drena a renda
camponesa através da monopolização do território, ocasionando profundas transformações
nas relações dos camponeses-ribeirinhos, os quais criam territorialidades para defender seu
modo de produção como forma de garantir a manutenção da unidade familiar. Acompanhando
a rotina de trabalho desses atores sociais, observou-se que eles desenvolveram técnicas e
tecnologias que tornam a pesca dos bagres uma atividade de baixo custo. Este fato permitiu
compreender porque os capitalistas optaram pela monopolização, em vez da territorialização,
incluindo os camponeses-ribeirinhos no processo produtivo da pesca dos bagres.
Palavras-chaves: Bagres, camponeses-ribeirinhos, territorialidade, monopolização

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Peixes Amazonicos

No final do período Cretácio , quando os continentes da America do Sul e África ainda eram ligados, há cerca de 112 milhões de anos, surgiu o grupo de peixes mais primitivos da região Amazônica. Podemos destacar a “pirambóia”, o “Pirarucu”, o “aruanã” e o “muçum”.

Após o período Mioceno, há cerca de 70 milhões de anos, quando os continentes sul-americano e africano já estavam separados, surge a maioria dos grupos de peixes da região. Na Amazônia são encontrados os maiores peixes de água doce do mundo, como por exemplo o “pirarucu” e a “piraíba” com mais de dois metros de comprimento. 
As espécies espalham-se em vários tipos de ambiente, o que reflete no comportamento nutricional de cada espécie que consome desde pequenos invertebrados aquáticos até frutos e sementes, se reproduzindo em lagos, rios, praias, corredeiras e cachoeiras. Na Bacia do Rio Negro, há abundância de peixes ornamentais, o mais admirado é o “acarás-disco”.

Os peixes na Amazônia realizam migrações em busca de alimentos (migrações trófica) e para se reproduzir (desova). Somente bagres realizam migração de longa distância.
Principais grupos:
Siluriformes: Apresentam corpo liso e sem escama,ex:”piraíba”.
Characiformes: Cobertos de escamas e pequena nadadeira adiposa no dorso, ex: ”tambaqui”.
Pesciformes: Apresentam escamas; nadadeiras dorsal, anal e peitoral,ex:”tucunarés”.
Gymnotiformes: Têm corpo achatado lateralmente, usam sistema de emissão de corrente elétrica para se orientar no ambiente, ex: ”poraquê”.

Rajiformes: Possuem corpo em forma de disco e esqueleto cartilaginoso;cauda em forma de chicote com espinhos venenosos, ex:”raias de água doce” (parentes das raias marinhas).

domingo, 1 de dezembro de 2013

Descoberta - Piranha vegetariana


Se há peixe temido nos rios da Amazônia são as piranhas. Mas esta tem uma atenuante: é vegetariana. Batizada com o nome científico Tometes camunani, este peixe é uma das 441 novas espécies de animais e plantas descobertas nos últimos quatro anos na região, segundo uma compilação divulgada pela organização ambientalista WWF.
São 258 plantas, 84 peixes, 58 anfíbios, 22 répteis, 18 aves e um mamífero — neste último caso, um macaco que ronrona como um gato. “Quanto mais os cientistas observam, mais encontram”, afirma Damian Fleming, diretor dos programas do WWF para o Brasil e a Amazônia, citado num comunicado da organização.
A lista é uma atualização de um trabalho anteriormente publicado pela WWF em 2010, segundo o qual 1200 novas espécies foram descobertas na região entre 1999 e 2009. A organização volta agora ao assunto no âmbito da Semana Eu Amo a Amazônia, uma campanha lançada na segunda-feira passada.
O objetivo é não só mostrar a enorme diversidade biológica da Amazônia, como alertar para os riscos que plantas e animais únicos correm neste momento. A piranha herbívora, por exemplo, vive em rios com forte corrente, em condições específicas que podem ser radicalmente alteradas pela construção de barragens ou pela atividade mineira.
A espécie Tometes camunani, descrita este ano na literatura científica, não é a única que se alimenta exclusivamente de plantas. Em 2002, duas outras piranhas herbívoras do género Tometes tinham já sido descritas por cientistas.
As espécies recentemente identificadas na Amazônia só existem ali e vivem em áreas muito limitadas. “Isto as torna muito mais vulneráveis à ameaça da desflorestação, que destrói três campos de futebol de floresta a cada minuto na Amazônia”, sustenta a WWF, no seu comunicado.
Na Amazônia brasileira, a desflorestação tem vindo a diminuir drasticamente. Em 2012, foram destruídos 4571 quilômetros quadrados de floresta, contra um pico de 27.772 quilômetros quadrados em 2004, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
                                                                              Por: Laiza Sarmento

Novas espécies de peixe-elétrico

 A imagem mostra as duas novas espécies descobertas, com os órgãos elétricos.O Brachyhypopomus walteri (no alto) possui uma  cauda longa e afinada e produz tanto descargas elétricas positivas quanto negativas. Já o Brachyhypopomus bennetti  (abaixo)  tem uma cauda curta e larga e produz apenas descargas elétricas positivas. Crédito: John P Sullivan 

Manaus, AM - Nas várzeas ou lagos da Amazônia, uma pulsação elétrica irregular, ainda que imperceptível para os seres humanos, indica a perigosa presença de um poraquê (Electrophorus electricus), peixe-elétrico que pode ultrapassar dois metros de comprimento e é capaz de dar choques de 600 volts. Mas cientistas acabam de descobrir que um outro peixe-elétrico bem menor, um inofensivo sarapó de apenas um palmo de tamanho, emite um sinal parecido. Os responsáveis pela descoberta desconfiam que essa semelhança não e coincidência, mas uma estratégia de defesa do peixe.
Esse imitador recém-descoberto, batizado de Brachyhypopomus bennetti, foi descrito em um artigo publicado na edição de 28 de agosto do jornal científico Zookeys. No mesmo artigo, o grupo de pesquisadores, que inclui dois brasileiros, descreve outra espécie do mesmo gênero e muito parecida, o B. walteri. Ambas são encontradas em ambientes de água barrenta ou branca, como os rios Amazonas e Solimões.
Na Amazônia, existe uma centena de espécies de peixes-elétricos. Quase todos usam as descargas emitidas por células musculares modificadas para se comunicarem com o ambiente. Graças aos sinais elétricos, podem identificar predadores e obstáculos no caminho, encontrar outros da mesma espécie e até saber se estão prontos para reprodução. São choques com apenas alguns volts, imperceptíveis para seres humanos. O poraquê é uma exceção. Além de perceber o ambiente ao redor por meio da eletricidade, ele possui orgãos elétricos mais desenvolvidos, que podem disparar potentes descargas para atordoar presas ou servir como arma de defesa.
As duas novas espécie possuem uma característica incomum para os peixes-elétricos, os dentes, e são muito parecidas entre si. "São facilmente confundidas até por especialistas, mas quando analisamos as descargas elétricas vemos que elas são diferentes entre elas e também de outras espécies descritas para o mesmo gênero", conta o biólogo Jansen Zuanon, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e um dos autores da descrição das novas espécies.
B. benneti possui o órgão elétrico mais desenvolvido, que se estende por um comprimento maior do corpo. Além disso, possui uma cauda mais curta e grossa. Mas o que intriga os cientistas é a pulsação monofásica dessa espécie. Zuanon explica que, enquanto outros sarapós emitem pulsos elétricos em forma de ondas, com cristas positivas e negativas, essa nova espécie emite apenas pulsos positivos. No caso do B. walteri, existem pulsos negativos, mas eles são bem mais fracos do que os positivos. Nos registros feitos pelos pesquisadores, o som emitido pelo campo elétrico do B walteri se assemelha ao barulho motor de um barco. Já o B. bennetti tem pulsos com intervalos maiores e irregulares.
A sequência de pulsos elétricos do B walteri é mais parecida com a de outras espécies do gênero e lembra o barulho do motor de um barco.
Pulsos elétricos do B bennetti não possuem sinal negativo e variam de ritmo. Para os cientistas, pode ser uma forma de imitar o poraquê.
"Se não fosse por essas características, nós teríamos pensado, sem dúvidas, que são apenas uma espécie", afirma o curador afiliado do Museu de Vertebrados da Universidade Cornell, John Sullivan, que também assina o artigo. "Todos os parentes deste peixe, incluindo a espécie irmã recém-descrita, têm órgãos elétricos bifásicos. Por essa razão, sabemos que essa característica evoluiu na linhagem desta espécie. A pergunta interessante é por quê?", questiona Sullivan.
A resposta parece estar na estratégia de defesa deste sarapó. As duas espécies vivem ao longo das várzeas e nos lagos da Amazônia, em meio a plantas flutuantes, onde estão também as enguias e bagres capazes de perceber as pulsações elétricas que eles emitem. É muito comum serem encontrados peixes dessas espécies mutiladas em ataques de predadores.
Essas mutilações ocorrem principalmente na cauda, responsável por emitir pulsos elétricos de sinal negativo. Enquanto outras espécies sofrem consequências danosas dos ferimentos sobre o campo elétrico, o B. bennetti é bastante resistente, pois só emite sinais positivos.
Mas é no ritmo dos pulsos elétricos que os pesquisadores descobriram outra vantagem dessa espécie sobre outras do mesmo gênero. Conforme explica Zuanon, os pulsos elétricos do B. bennetti são irregulares, assim como os do poraquê. Isso leva os cientistas a acreditarem que é uma forma de mimetismo, semelhante às borboletas que evoluíram para um padrão de cores semelhante ao das monarcas, que possuem um sabor desagradável para os predadores. Esse recém-identificado peixe-elétrico não e capaz de machucar ninguém, mas quem já levou choque de poraquê não vai se arriscar, mesmo que por perto esteja apenas um sarapó.

Por: Laiza Sarmento
Fontes e mais informação: 

Vandré Fonsecahttp://www.oeco.org.br


Acará-açu

 Acará-açu
Peixes da Amazonia

Nome popular: Acará-açu, Apaiari/Oscar

Nome científico: Astronotus spp.

Habitat: Bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins e Prata. Foi introduzido nos açudes do Nordeste e na bacia do Rio São Francisco.

Saiba mais: Peixe de escamas. São onívoros, com forte tendência carnívora, consumindo pequenos peixes, insetos, crustáceos e frutos e sementes. Vivem principalmente em lagos de várzea e lagoas marginais. Não são migradores. Atingem a maturidade por volta de 10 a 12 meses e desovam mais de uma vez por ano, com cerca de 1.500 a 2.000 ovos por desova. Formam casais na época da reprodução e protegem a prole. Os adultos são bastante apreciados como alimento e os alevinos como peixe ornamental.

Por: Laiza Sarmento
Fontes e mais informação: 
http://www.amazonnemo.com.br